Abro picadas no canto Onde canto minhas certezas Numa guitarra espanhola E numa viola portuguesa! Minha bugre selva - índia – Das três pátrias guaranys Onde um chamamé se entona Como herança guayaqui! Que meu canto é acalanto Entre estradão e boiada Com timbre de arreadores E colorações empoeiradas Quando berrante e mugidos Se mesclam pelas jornadas! Pois sou parte gaúcho E parte pantaneiro Com rio e selva nos olhos De timbres guaraniceros! Que soy de una tierra roja Ante a amplidão misionera Cantando um chamamé índio Colhido em céu de fronteira Tocando um chamamé índio Na viola chamamecera! Eu trago dentro do bojo Silbos de aves em bandos E pesares paraguaios De estradas e contrabandos Do mato grosso ao rio grande Das missões ao paraguay Minha viola traz sotaques De bailes e sapukays! E um chamamé alza vuelo Pois seu timbre me consola Quando corto estrada e rumo Com meu mundo na sacola Aprendendo – e pondo a vida Nas cordas desta viola!