No brotar de uma milonga o viver fica mais belo Se faz em forma de elo do ser e a alegria Da paixão e a poesia, do amanhã e o outrora Cinchando no tempo de agora o que fora nostalgia No brotar de uma milonga se descobrem os segredos Ocultos entre os dedos transparecem na guitarra A saudade põe suas garras deixa cicatrizes longas Quando brota uma milonga que no vivente se agarra Por isso encilho faceiro esta milonga gateada Que apartei da invernada no potreiro pensamento Pra olvidarme do tempo e de potros mal domados E seguir amadrinhado pelo zaino sentimento No brotar de uma milonga se abrem novos caminhos Se quebram duros espinhos, cicatrizam as feridas Floresce no peito a vida com este feliz brotar Seguindo num milonguear, fazendo changa da lida Pra cantar uma milonga não preciso o violão Escuto meu coração num compasso bem marcado Que às vezes acelerado me atiça num milongão E em outras por emoção milongueia apaixonado