Se me vejo tão silente Neste catre que habito É por saber das ternuras Que te adornam no infinito Tua prata - a cada quarto - Seduz meus ternos afetos Inebria meus sentidos Contando dias inquietos Não importa se minguante Se nova, cheia ou crescente Teus gracejos são motivos Pra que eu cante novamente Então me paro frente ao rancho - Num queixar de solidão - E ali versejo co'as asas A repetir meu refrão Sei que de longe me escutas Mas não me podes falar E eu daqui te aprecio Calando em mim meu cantar Este amor virou feitiço E não me faz viver tranquilo Pois te fizeram pra ser lua E eu pra um viver de grilo Quisera ser uma estrela Pra duetar teu esplendor E não viver tão distante Neste ofício cantador Enquanto, aqui de baixo te vejo Luzindo em céu estreleiro Grilejando nas macegas Teimando ser cancioneiro