Por Deus que tenho a guitarra Cruz de cordas onde confesso Pecados que nem tempo Apaga seus sentimentos Jacarandá que foi mato Hoje é caminho de luz Testemunho dos meus atos Madeira que me traduz Talvez eu busque em ti O meu impeto anterior Coração de nazarenas De andarilho e cantador Que as pulperias antigas Batizaram com genebra Deusa sonora em madeira Prima irmã de uma vigüela Lá onde o gaucho nasceu Pelo silêncio que tinha Necessitou de tuas cismas Pra não se tornar ateu Bem onde a flor mais bravia Despontou num pajonal Na reboleira mais crua Emprestou a ti o sorçal E guardou em cada canto As partituras do campo Pra cadenciar as virtudes Del gaucho que te moldou Pelos resquicios do plata Pulsando a consciência espanhola Hereditária herança Que regalou minha raça Hoje as voltas de um cantor Que tu propos serenatas Ou com luas engarupadas Poetizando milongas Repetes os manuscritos Com tuas aves encordadas Resguardando o pago inteiro Na forma das guitarreadas