Moro num rancho gaúcho no fundo de um corredor Não me falta quase nada preste poeta e cantador Ganhei a cadela baia de um artista domador De um tocador de fandangos um bagual corcoveador Os cuscos me cuida o rancho e a China me dá amor Meu papel eu desempenho e até as éguas que eu tenho Quem cuida é o Salvador Gosto do berro do gado e me acordo ao cantar do galo E o Rio Grande é mais gaúcho nas patas do meu cavalo A querência aonde eu moro, é uma querência abençoada Tenho porco no chiqueiro, tenho bois na invernada Dois cavalos bom de arreios, pra passear com a minha amada Na sombra de uma figueira, pra mim dar uma sesteada Pra receber os amigos, tá de porta escancarada Vem os teus e vem os meus, tenho certeza que Deus Vive na minha morada