Quem é que pensa por mim Quando eu estou sonhando? E quando eu nada eu posso ver Quem é que está me olhando? É obra do divino? O acaso do destino? Eu quase desatino, na falta do saber Será que é ilusão? Ou essa é a missão? Ou só vou descobrir depois que eu morrer? Será que é pelo que eu faço Que eu defino o meu passo, meu destino? Sou eu que me domino, ou é algum poder divino? Será que o que eu sinto agora é genuíno? Essa letra é mesmo minha? No final de cada linha Sou eu que assino? Pensamento peregrino, não consigo entender E quanto mais eu penso, menos eu consigo responder Por favor Deus, alguém pode me dizer? Quem escolheu quando eu nasci? E quem vai decidir quando eu vou morrer? Me sinto vagando perdido, num beco sem saída Entre os vales da morte, na contramão da vida Quem sabe mais não sabe nada As cartas foram dadas Eu temo perigo, pois vi os inimigos E eles são reis de espadas Caminhando assim, entre o incerto e a sorte Escolhi vagar pela estrada mais bela Não quero saber se há vida depois da morte Mas luto pra que haja vida antes dela! Quem é que pensa por mim Quando eu estou sonhando? E quando eu nada eu posso ver Quem é que está me olhando? É obra do divino? O acaso do destino? Eu quase desatino, na falta do saber Será que é ilusão? Ou essa é a missão? Ou só vou descobrir depois que eu morrer? Quem foi que cavou dentro de mim esse buraco? Que deixou esse vácuo, que me fez opaco Que me fez tão pouco, tão oco que até faz eco Ah, se eu penso muito, eu fico louco E tenho um "treco"! Me jogaram nesse mar, mas não me deram mapa Antes mesmo de eu respirar, eu já levei um tapa Sou eu contra a rapa Mano, tem que ser macho! Não é só a gravidade que quer te jogar pra baixo E às vezes acho, que não me encaixo E tenho um mau presságio de que o tempo é ágil De que a vida é frágil Será a vida a maior dúvida? E a morte a maior dádiva? Seria cada dia um dia a mais? Ou um dia a menos? (quem sabe...?) Sinto meu corpo cair pela eternidade E as mãos de Deus que aos poucos me acolhe Meu peito é como um copo pela metade E a cada dia, a vida me rouba um gole... Quem é que pensa por mim Quando eu estou sonhando? E quando eu nada eu posso ver Quem é que está me olhando? É obra do divino? O acaso do destino? Eu quase desatino, na falta do saber Será que é ilusão? Ou essa é a missão? Ou só vou descobrir depois que eu morrer?