Fabiano Medeiros

Odisséia

Fabiano Medeiros


Tarde nunca no talvez
Um verso inverte a direção
Quebra a moeda
E outra face te sorri
Pra inventar tudo de novo
Vela, porto, mar
As descobertas vãs
Vamos pintar a pele então
E receber os santos que inexistem
Nas nossas mãos fogo
Chamam nossos olhos nus
Já distantes do longe
Que ficou pra trás

Quem mandou que fosse assim
Que eu não pudesse mais voar?
Invento asa, avião, spaceship
Que nada, esse azul foi feito pra sangrar
Caminho sem fim, enfim a se mostrar
Não vale nada um sonhador
Que não galope o lombo de seu medo
Eras passam lentas
E o tempo pergunta

Lembras do dia em que havia estrelas demais?
Lembras do dia em que a lâmina cortou o ar?
Lembras do dia em que a música não te deu paz?