Sobre minhas pálpebras Um par de mãos me interpela Mãos que são dele ou dela Pedem que eu adivinhe Pedem que eu adivinhe Adivinhe O resto do corpo, da pele A identidade Do gesto sem idade Dedos sobre os meus olhos São longos e frios Eu conheço esse toque Me dá arrepios “Adivinha quem é?! ” As mãos me perguntam “Adivinha quem é. ” Atrás das mãos que se juntam Pra vender meu olhar Desvendar meu desvelo Nas mãos, um apelo Uma inquisição Será que é sua essa mão Que já sua? Saliente não soa Somente se doa A quem doar ou doer Será que é você a tremer Você a temer? O dono desses dedos O dano desses medos Guardando-se em segredo? Descubro um anel Na mão esquerda No dedo anular Será que você fez A besteira de se casar No último mês? São suas essas mãos? Estão sujas essas mãos? Mãos que são Adivinha... Adivinhação Essa mão ontem foi minha Hoje, não Adivinha quem é?! Adivinha quem