Na noite de primavera foi parido um potro baio Riscado de cabos negros que o chamei de violão E pensei na mesma noite de lhe fazer um pingaço Tal acordes de guitarra que compõem uma canção Lhe criei junto das casa, no alcance dos meus olhos Como um verso que se guarda dum amigo de verdade Pra, algum dia, erguer o pelo numa roda de guitarra Ou numa pechada machaça de ficar pra eternidade Por isso que fiz cavalo por minha própria encomenda pra que eu encontre guarida nas horas de precisão Feito a chamarra gaúcha que confronta a minha prenda No galpão de amor eterno que se chama coração E despacito tranqueando, fui lhe tenteando da boca Com um toque leve nos dedos, sem desprezar a coragem Assim, sereno e contido, de orelhas firmes pra frente Marca de fé, que por gente, entendeu minha linguagem Por fim lhe botei o freio que o vi mastigar com gosto Compondo uma melodia, resguardando o natural E ali por perto comentaram do sorriso no meu rosto Pois não esquece que quem doma o desatar do bucal Por isso que fiz cavalo por minha própria encomenda...