Mal apontava a noite na "cunheira" do galpão E um lampião 'lumiava menos que o sorriso das guria' Uma véia aguava a sala abanando a sambiqueira E uma outra, mais faceira, ia barrendo de atrás Rebolava um pandeirito nas munheca do Firmino Que é com a lua de a pino que um baile pega pressão No grito de 'vamo, pessoal!' orquestrava o Raul Louco Manejando a oito soco de "quaje" gasta os botão Me larguei de olho vidrado pra apertá aquela tirana Que já na outra semana me tentiô uma noite inteira Coração junto da boca e a prosa meio falseando Joguei o corpo ladeando num socado de rancheira c Lá onde o juízo encendeia contra o macio de uma trança E eu no mais, bem pilchado, num jeitão véio campeiro Num trotezito chasqueiro, firme no cabo da dança Foi quando a moça indagou, de que familia que eu vinha E de quanto campo tinha, quantas vaca em produção Mas eu, que andava pelado igual a toca de coruja Respondi logo pra musa, sem desparar do tirão Pois olha aqui, senhorita, meus recurso são escasso Vou sustentando no braço meus vício, mas te garando Mate bueno, carne gorda, umas caneca de vinho E um garrafão de carinho pra vivê e morrê te amando Por isso que fiz cavalo por minha própria encomenda...