Na cama quente das cinzas Cochilam pretas cambonas Nos cavaletes os bastos Xergões e pelegos gastos Badanas, chinchas, caronas! Os tições bato pro fogo E um mate vou ajeitando Acho um trapo de alpargata Pra pegar a alça da lata Que avisa o ponto, chiando... Ao "buenas" se vão chegando Pros amargos galponeiros Costela gorda e paleta, Café forte com "galleta" Para a "hambre" dos campeiros; Nos fletes brotam das ventas Fumaças brancas de frio, No encilhar a cavalhada Late "al pedo" a cachorrada, Pra manhã que já surgiu... O capataz pra peonada Vai o serviço ordenando E num trotezito lento Aparo no pátria o vento, Que sopra fino assoviando Pra mim tocou os potreiros Da "tapera" e dos "fundos" Boiada pampa e a cavalhada, Que costeia com a estrada Do "Banhado dos Facundos..." Os campos de pastos do sul Brotam a cada estação, Até nos invernos de agosto Que açoita duro no rosto E as rédeas que levo na mão Quando são lidas tocadas Os baios fecho tranqueando, E me ajeito contra as lufadas Em concha as primas tragadas, No lume do fogo ariscando... À tarde já vem garreada, E pras casas vou rumbeando Gado curado e contado. Uma bombeada nos aporreados No angico retoçando A várzea cruzei na sanga E um tajã gritou tristonho No céu, alegre lua e boieira. São olhos de china faceira Abrindo a porteira dos sonhos.