O meu pai me deu coragem Para eu vim aqui cantar Na esquerda eu vou seguir Na esquerda eu vou firmar O meu pai me deu coragem Para vir aqui cantar Na esquerda eu vou seguir Na esquerda eu vou firmar Cenas absurdas no mundo em que eu nasci Eu já fui condenado, estou vivo ou já morri? Um índio é queimado, um prédio que desaba Cidades alagadas, transbordam rios de mágoas Mentira, violência, políticas cruéis Das mãos se vão os dedos já foram-se os anéis Insano é esse mundo e quem é o culpado? Eu vou chamar o exu, eu quero ser vingado! Então escute o que eu vou te dizer O inferno é aqui mesmo você não deve temer Então escute o que eu vou te dizer O inferno é aqui mesmo você não deve ter medo de morrer Escute o que eu vou te dizer O inferno é aqui mesmo você não deve temer Então escute o que eu vou te dizer O inferno é aqui mesmo você não deve ter medo de morrer No mundo vago das idealidades Afundei minha louca fantasia Cedo atraiu-me a auréola fulgidia Da refulgência antiga das idades Mas ao esplendor das velhas majestades Vacila a mente e o seu ardor esfria Busquei então na nebulosa fria Das ilusões, sonhar novas idades Que desespero insano me apavora! Aqui, chora um ocaso sepultado Ali, pompeia a luz da branca aurora E eu tremo e hesito em mistério escuro Quero partir em busca do passado Quero correr em busca do futuro Então escute o que eu vou te dizer O inferno é aqui mesmo você não deve temer Então escute o que eu vou te dizer O inferno é aqui mesmo você não deve temer Então escute o que eu vou te dizer O inferno é aqui mesmo você não deve temer Então escute o que eu vou te dizer O inferno é aqui mesmo você não deve ter medo de morrer Vi o mundo enlouquecer