Dez pra meia noite eu resolvi dar um rolê A noite tá sinistra então deixa eu falar pro cê Preciso respirar, esse quarto me sufoca O sono que não vem, e o B.O que me incomoda É tanta palhaçada que a gente tem que páh Manter cabeça fria pra poder não vacilar Comédia vai e vem, conversinha que não pára Traíra aqui deu mole, o alvo virou sua cara Tentei fugir da morte, mais ela me persegue Não posso dar vacilo, não posso ir pro IML Conheço bem os cara, eu sei quem fala, eu sei quem páh É nego de atitude, mais to pronto pra trocar Minha mãe não vai chorar, com meu sangue na calçada Se for pra ser assim, da sua mãe que desce a lagrima Tentei até paziguar, mais ai você não quis Pensando que com a guerra, vai ter um final feliz Então segura a bomba que a guerra começou É assim que cê queria, então já é, demorô Chega de lero lero, seu negócio é só falar Bota a cara mister m, vamo ver no que vai dar Tõ aqui é vinte ano, ligeiro e respeitando Né hoje que pipoca vai me inflamá com os mano Ei Beko.R pensa bem, essas treta não vai somar Zé povinho fala memo, boca é feita pra falar Rah! Deixa queto, Rogerio é nóis aqui Favela a mili ano, desde pequeninim Convivendo com as treta, maluco correria Dou valor o meu barraco, a rua tambem e familia! Eu registrei a cena, tipo aula de escola Aprendi o que certo, pra não pisar na bola Sei bem o que falar, a dose na hora certa Língua de trapo aqui, amanheceu de boca aberta! Infelizmente mano, é assim pra quem vacila Deu brecha na quebrada, os truta passam por cima E ai ficou o exemplo mostrando que a vida é louca Pra ver se ze povinho guarda a lingua dentro da boca Mas se vim não adianta, vamo deixa acontecer Quando perguntar seu nome quero ver o que vai dizer Bandido que é bandido não treme e não ramela Quebrada aqui é nóis, e nóis representa ela! Nego linha de frente não pára, agi com a fé Se vier tanque de guerra, nóis pára e não arreda o pé Até quando Deus quiser, vou seguindo a caminhada Sem mudar minha postura sem abandonar meus cara Assim que tem que ser pra quem não treme a morte Se a vida é uma viagem então cadê meu passaporte Negão, veja bem, o barato tá lokão É dez pra meia noite, tô em frente ao meu portão Observando um bolinho, do beco aqui do lado Tem muito sangue bom mais tem uma pá de safado E outra, fica ligeiro as conversas tá rolando A mina do cara tá gravida, falou que cê tá catando! Veneno do diabo, agi na sua mente Conversa de um mano com veneno de serpente De janeiro a dezembro, assim prossegue a cena Quem não virou finado ta na mão do sistema Casinha aqui é mato, uma pá ja caiu Tiaguinho do sem teto sumiu e ninguém viu Vai saber se foi a mina, que rastou pra quebrada Noiadinha de pó, a mandado dos cara! Eu sei ele gostava, comprou aqui no beco Usuário assumido, pra ninguém é segredo Não vou deixar que a cobra rasteja no meu terreiro A quebrada tá lombrada, mesmo assim eu tô ligeiro! Se até hoje cê não tinha dado valor ao seu tempo Agora cê percebe o que escorreu pelos dedos Naquelas que não dá nada, o tempo passa E o ponteiro vai cobrar o que cê fez não caminhada E sem saber o valor, que representa um segundo Não fui o primeiro, também não fui o último Me envolvi sim e Deus deu um tempo pra mim Se cê tá no erro tem que saber redimir A sua hora, quem sabe agora, dá a volta Antes que o relógio pará e a cobrança te enforca Pense assim, se dez minuto fosse o seu juízo Teria capacidade de convencer a Cristo O se fosse os últimos minutos da sua vida Cê ia se arrepender, ou nem ia dar a mínima Agora o ladrão pensou nas varias fitas Os trinta e três, as noites correrias A diferença que faz nos dias de visita O abraço de quem ama, e a presença da família Eu sei que corta, como um punhal envenenado A ferida da rua, a solidão que te assombra E vira chaga, que perpetua e te persegue Eu peço livramento, perdão através do rap Pra mim, pra você e a quem há de merecer Especial aos que comigo viram o dia amanhecer De carro ou a pé independente do rolê Nos pião na madrugada que o sistema vem querer Meu irmão Alexandre, também meu truta Dani Que mesmo no perrê, não caguetou ninguém Lealdade desde sempre aos mano que precisei E o irmão falou, que o tempo é rei não volta troco Cê tem seu livramento, a meia noite falta pouco A balança ta pesada, a sentença vem da rua Deus é o juiz e a consciência é toda sua Falar que tem fé, aqui virou ditado Mas sem a obra é morta, eu só vejo atrasa lado Enquanto ta preocupado com o que fiz ou faço É dez pra meia noite, seu tempo tá esgotado