Com este meu ronco sentido que brota da terra nativa Abro meu peito incontido pra mostrar que minha raça esta viva Nasci como nasce o minuano pra ser xucro, teatino e liberto Galopeando no lombo dos anos entre matos e campos abertos Me chamo bugio Quero ser respeitado Uma onda surgiu e meu nome se ouviu por tudo que é lado Sou crioulo de cima da serra velha cepa da fauna eu trago Minha espécie a história encerra nos anais da cultura do pago Me criei a pitanga e pinhão soberano na minha querência (Mas a calma e a paz do rincão o homem roubou sem clemência) bis Hoje eu vivo enfurnado na moita resistindo a nossa extinção Consolando a minh’alma afoita só restaram restinga e capão Não pedi pra ser causa de dança eu não quis virar rima em canção Ainda levo guardada a esperança de ser livre lá no meu rincão