Na antiga Primeira Quadra Minha semente surgiu Meus pais trocaram olhares Num velho domingo de abril Vivi teu mundo, desde cedo Teus encantos descobri Num doce ou num brinquedo A alegria de um guri Mas também te maltratei Nos impulsos da idade A trote, bixo virei Pra te sujar sem piedade Foste o palanque de tantos Que honraram o teu passado Mulatos, negros e brancos Freires, Veppos e Machados No passeio e na passeata No espinho e na flor No chinelo e na gravata No mendigo e no doutor No conto e na bravata Na alegria e na dor És reduto democrata De um povo de valor És trajeto e parada A conversa e a escrita A cidade revisada Na tua Boca Maldita Mas a dor também te ataca Se um gesto inconsequente Na covardia de uma faca Leva um jovem inocente Templo de Santa Maria Meu velho e bom Calçadão Renasces, a cada dia Aos que pisam no teu chão Em ti hei de achar o meu norte Um amor em meu caminho Ou, então, a grande sorte Num bilhete do Paulinho