Boa noite, moça, boa noite, moço Aqui na terra é o nosso templo de fé Fala, Majeté! Faísca da cabaça de Igbá Na gira, Bombogira, aluvaiá! Num mar de dendê Caboclo, andarilho, mensageiro Das mãos que riscam pemba no terreiro Renasce Palmares, Zumbi Agbá! Exu! O Ifá nas entrelinhas dos Odus Preceitos, fundamentos, Olobé Prepara o padê pro meu axé Exu Caveira, Sete Saias, Catacumba É no toque da macumba, saravá, alafiá! Seu Zé, malandro da encruzilhada Padilha da saia rodada ê Mojubá! Sou Capa Preta, Tiriri, sou Tranca Rua Amei o Sol, amei a Lua, Marabô, Alafiá! Eu sou do carteado e da quebrada Sou do fogo e gargalhada, ê Mojubá! Ô, luar, ô, luar, catiço reinando na segunda-feira Ô, luar, dobra o surdo de terceira Pra saudar os guardiões da favela Eu sou da Lira e meu bloco é sentinela Laroyê, laroyê, laroyê! É poesia na escola e no sertão A voz do povo, profeta das ruas Tantas estamiras desse chão Laroyê, laroyê, laroyê! As sete chaves vêm abrir meu caminhar À meia-noite ou no Sol do alvorecer Pra confirmar Adakê Exu, Exu, ê, Odará! Ê bará ô, Elegbará! Lá na encruza, a esperança acendeu Firmei o ponto, Grande Rio sou eu! Adakê Exu, Exu, ê, Odará! Ê bará ô, Elegbará! Lá na encruza, onde a flor nasceu raiz Eu levo fé nesse povo que diz