Meu peito range feito tábua frouxa Flâmula de fibra no varal do vento Língua em carne viva, seta certeira, sentida Sede da saliva do sol Quando me calo não pense que adormeço Quando adormeço não julgue que desperto Tenho mil rebanhos de palavras rotas Que, na boca, acendem o céu O céu que se cansou do firmamento E quer tomar banho de mar aqui também E quer pisar na terra E quer rolar na relva Por toda a eternidade Amém