Meu verbo é o reverso do jogo É o jorro da barba do santo É a veia vazada do vento A lua afiada do fogo Tem a teimosia das pedras Sabe tropeçar sobre as águas Terreiro em que a vingança medra Delírio em vigília sem trégua Palavra que sibila a fala do banguela Palavra que devora a carne do poeta Palavra que executa o preto, o pobre, a puta Palavra que alumia a noite sem estrelas É o gesto que precede o ato É o grito no sentido lato É a vela acendida no vácuo É a arma infalível do fraco