O povo fala demais Ficam até de cara feia Se esquecem até do que faz Falando da vida alheia Quando não é no quintal Corre pra porta da frente Ao olhar quem é que passa Depois fica achando graça Relinchando os grandes dentes Gente assim é como um touro Pra o cão só falta o rabO Só vive tirando o côro No espelho só vê o diabo No entanto eu sou um rapaz Que não dá ouvidos a fofoca Gente que fala demais É igual a fucinho de porca Quando vejo gente assim Eu me benzo todo dia Só em ela olhar pra mim Rezo três ave maria Vida alhei veio a mim E entrando de porta a dentro Sem eu nada perguntar Começou a relinchar Não parou nenhum momento A vizinha do quintal dizendo: -Eu não aguento! Fingiu está passando mal Com os ouvidos bem atentos Eu sai pra minha calçada Fui tocar meu violão Daí a pouco vida alheia Chegou com a cara feia Falando do próprio irmão Eu fiz o pelo sinal Pai, filho e espírito santo Derrepente vida alheia Saiu com sua cara feia Foi relinchar em outro canto Tem vida alheia na esquina Vida alheia na calçada Vida alheia até na china E outras de orelha inchada Onde quer que você vá Vida alheia ali está Em lugar e hora errada Eu estava conversando Na porta de um mercantil Vida alheia foi chegando Fingindo que não me viu Perguntou: - De onde tu vem? - Eu,venho lá da estação do trem - De um show com Gilberto Gil Vida alheia acreditou E saiu falando atôa Dizendo que eu fui a um show Com mais de dez mil pessoas Vinheram me perguntar De um show com Bruno e Marrone Não sabia o que falar Não parava de tocar meu aparelho celular E meu outro telefone Foi então que eu liguei Para o meu amigo artista ele me disse: - Não sei. - O último show que eu toquei - Foi com amado batista