Um dia como outro qualquer Eu pensava nas coisas que fiz No que não fiz e em tudo aquilo que ainda podia fazer Uma infância difícil, sem o carinho dos meus pais Que nem cheguei a conhecer Uma juventude cheia de necessidades Cheia de surpresas Cheguei até a viver um ano em uma simples noite Transformei o difícil em fácil Lágrimas em sorrisos Tristezas em alegrias Foi longa a minha caminhada E comigo sempre esteve presente a solidão Perdido nos braços dos meus sonhos Caindo aqui, levantando ali Mas nunca deixando de sonhar O panorama era o de sempre Tudo igual Até parecia que eu já havia vivido várias vezes aquele momento O carro deslizava sobre a pista negra de uma estrada Para mim bastante familiar Pois muitas foram as vezes que por ali passei Entre uma curva e outra eu dava os meus cochilos Me assustando as vezes com a ironia da velocidade O sol começava a nascer Meu corpo estava cansado Muito cansado Não consegui resistir e fechei os olhos Fechei os olhos para nunca mais acordar Pois naquele momento iam morrer todos os meus sonhos Numa curva, numa curva como outra qualquer Um desastre, um grande silêncio De repente Tudo escureceu Para mim A vida disse adeus Terminava ali a guerra que um dia Eu sem saber por que havia começado Não sei se ganhei Não sei se perdi Mas para mim Está tudo terminado Eu sinto que tenha sido tudo tão inesperado Pois eu tinha tantos amigos para abraçar Tantos sonhos para sonhar Antes do adeus Mas tenho certeza de que nem tudo perdeu Pois tudo foi feito com muito amor Eu amei vocês Eu amei vocês Amei com todo meu amor Eu amei vocês com o maior amor do mundo Eu ainda amo vocês