Já vai morrendo a tarde no espigão E a andorinha levanta poeira lá no estradão E só se ouve um alarde, a agitação Da despedida ruidosa das aves de arribação Onde andará, andorinha, onde andará Aquela gente que há tempos vivia por lá? Foi pra cidade, andorinha, o vento levou Deixou pra trás o que um dia a vida legou Não mais se ouve o ranger do carro-de-boi E o moinho azangado, emperrado, não roda nem mói O engenho, o monjolo, a baia, o paiol Mais se parecem fantasmas perdidos sob o Sol Adeus paineira, banguelo, inté ribeirão Tchau mata-virgem, pinheiro, adeus terreirão Eu vou-me embora daqui pra não mais voltar Deixo pra trás minha terra, meu canto, meu lar Andorinha foi-se embora Debandou-se do sertão Andorinha deixou casa Terra, roça, criação