Eugenio Leandro

Minha Rua

Eugenio Leandro


Aconteça o que acontecer
A rua da minha infância será sempre minha
No mundo não há melodia
Como a dos passarinhos daquela rua

Que cesse todo ritmo
Que pacifiquem o mundo
Há um luar estremecido entre as nuvens
Na terra, um ofendido guia o outro pela mão
É grande a saudade ao reviver essa emoção
Silêncio, estou ouvindo os passarinhos de minha rua
Silêncio, escute os passarinhos de minha rua

Me banho nesse mar pra que eu me anime
Sentindo a natureza o homem se redime
Moinhos que giram, águas que escorrem
Ando perplexo com essas casas arruinadas
Mas, restam os passarinhos de minha rua
São eles meus deuses redentores
Silêncio, silêncio