Meu rio é como se fosse Traz a graça das meninas De prometer e não cumprir Fecundas águas perenes De segredos sussurrados Nas ramas das ingazeiras Choveu, encheu espumante Torrente ainda há tão pouco Correu, correu que o mar bebeu Agora modesto regato Não se passa no meu rio duas vezes Não se passa no meu rio duas vezes Rio sem meias palavras De fúrias napoleônicas Sangrou, chorou em orós Saltou cerca em jaguaribe Rugiu no castanhão Acoou em tabuleiro Espreguiçou-se nas várzeas Nos espinhos de limoeiro Até se espalhar nas baixas do aracati Rio dos jaguares, rio jaguaribe