O tempo passa tão breve, Quase como um sonho leve, Fugindo sempre veloz. Sem nunca ter sintonia, Sua profunda ironia, Faz calar a nossa voz. E marca de solidão, A quem viveu e que não, Da vida tomou partido… Que o tempo deixou passar, Sem sequer realizar, Que viveu sem ter vivido !... Sempre a correr apressado, Nunca quis ter desvendado, O lugar onde se esconde !… Não revela os seus segredos E escorrega-nos dos dedos, Fugindo não sei p'ra onde… Tempo ingrato e sem idade, De eterna fugacidade, Agitado e pertinaz, Tudo em nada desvanece E lesto desaparece, Sem sequer olhar p'ra trás !…