J'y ai gouté le tien Suivi les labyrinthes Courbé le néant Lacune béante Pas assez grande J'aurais dû ressentir les détresses dans ta chute Ce déniement, ton refus de la vie qui nous lia par dépit Je comprends, ressens, l'addiction qui te boit vers le fond Elle court en moi, m'attire vers toi Sans la voix, le dialogue est plus audible Et seul reste ta main, ses écrits qui finalement remplaceront tes cris Une odeur de chair se dispute au parfum, prend possession de l'air Violemment aspiré par ce trou béant, il me regarde, atone Et me lance maintenant ou jamais Tous ces mots que nous n'avons jamais pu dire s'échangèrent Dans le silence par les regards de nos deux êtres fissurés Doux moment, douce maman Sans faiblir, l'animadversion alimentait ce désir furieux De contempler enfin un spectacle commun Maintes fois, j'ai écrit un scénario implacable Chaque soirs, l'habit du malheur s'ajustait, inavouable Le temps, son œuvre, ne laisse de ces sombres heures que Des flashs intercalaires de cet enfer effrayant qui nous brisa tous Des flots d'éthanol corrosif brûlaient tes choix Voilà ce qu'il me reste de toi, une lente lumière chaude d'un soleil froid Ces rares instants profonds de communion, voilant l'inévitable destruction Longtemps il n'est resté des ténèbres qu'une envie impatiente de partir, de courir, abandonner L'antre imprégnée de fumée, baignée d'alcool Briser les chaînes du passé, créer l'irréel Mon idéal viscéral perdu dans les abysses d'une obscurité absolue Ces doux accords dissonants de mélancolie, stridents Exhumèrent mon cadavre de l'ennui Nu, face au monde, l'asphyxie paraît naturelle, artérielle Les âges peuvent courir, l'expérience nourrir, les ressentiments pourrir Les textures atonales, et le temps donne une chance de guérir L'insecte qui pullule, grignoteur de cellules, engraissé par l'abus Menaçant de mille somations, te dévora Emprisonnée dans ta gorge, la bête affamée se referma Te voilà maintenant parmi les nôtres Ma mère bienveillante apaisée aux côtés de ceux qui nous construisent, engrandissent Ceux qui nous ont appris à dominer cette sinistre folie, atavique, qui nous étreint toi et moi Nous n'aurons pu faire connaissance que sur la fin Ces dernières heures muettes avant le départ, gorgées de sourires délicats, d'attention Ces souffles de compréhension ont gravé à jamais ma mémoire Je n'ai pu goûter que si peu à tout ça C'est si dur, ça me manque Eu provei do seu Segui os labirintos Dobrei o nada Lacuna aberta Não grande o bastante Eu deveria ter sentido a angústia da sua queda Esta negação, sua recusa da vida que nos uniu por desdém Eu compreendo, sinto o vício que te suga até o fundo Me percorre, me atrai a você Sem a voz, o diálogo é mais audível E apenas resta a sua mão, suas escrituras que finalmente substituirão seus gritos Um odor de carne compete contra o perfume, toma posse do ar Violentamente sugado por esta fenda aberta, ela me olha E me diz agora ou nunca Todas essas palavras que nunca pudemos dizer foram trocadas No silêncio através dos olhares de nossos dois seres fragmentados Doce momento, doce mamãe Sem fraquejar, a animadversão alimentou esse desejo furioso De contemplar finalmente um espetáculo comum Muitas vezes, escrevi um cenário implacável Todas as noites, as vestes do infortúnio eram ajustadas, indescritíveis O tempo, sua obra, deixa essas horas sombrias apenas Flashes divisores desse inferno apavorante que despedaçou todos nós Fluxos de etanol corrosivo queimaram suas escolhas Eis aqui o que me restou de você, uma lenta luz quente de um Sol frio Estes raros instantes profundos de comunhão, velando a destruição inevitável Durante muito tempo tudo o que restou das sombras foi uma vontade impaciente de partir, de fugir, de abandonar O antro impregnado de fumaça, banhado de álcool Estilhaçar as correntes do passado, criar o irreal Meu ideal visceral perdido nos abismos de uma escuridão absoluta Esses suaves acordes dissonantes de melancolia Estridentes exumam meu cadáver da insipidez Nu, de cara com o mundo, a asfixia parece natural, arterial As eras podem correr, a experiência prover, as amarguras apodrecerem As texturas atonais e o tempo dá uma chance de curar O inseto que infesta, devorador de células, engordado pelo abuso Ameaçando mil avisos, te devora Aprisionado na sua garganta, a fera faminta fechou Cá está você agora entre nós Minha mãe amável calma ao lado daqueles que nos constroem, engrandecem Aqueles que nos ensinaram a dominar essa sinistra loucura, atávica, que toma conta de você e de mim Nós só pudemos nos conhecer no final Essas últimas horas silenciosas antes da despedida, cheias de sorrisos delicados, de atenção Esses sopros de compreensão foram gravados para sempre minha memória Eu só pude provar tão pouco disso tudo É tão difícil, eu sinto saudades