Do monastério ao meretrício O acusador a condenada Do parto ou no precipício Desculpa quer ser desculpada Passado é passe pro bandido Virtude pro mocinho é arma Ninguém é o vilão Na própria história Ninguém é o vilão Protege a sua vida e mente Em nome da verdade mata A água de Narciso é turva O caco do espelho é faca O homem sem defeito é morto Pois quem se vê perfeito é farsa Ninguém é o vilão Na própria história Ninguém é o vilão Ninguém é o vilão Na própria história Ninguém é o vilão Crente é a serpente pra serpente o homem (come, some) Para o macho a fêmea para a fêmea talvez seja a fome Se chamar o nome é sempre outro nome (que se esconde) A culpa é da isca ou a desculpa é da presa que come Quem é o culpado pra quem é a cruz (cruzes) Segue a carapuça e o carrasco seduz (luzes) Pupila apertada Todos estão nus Todos fazem jus O eu produz mais culpa E a própria culpa mais eu produz De quem fujo Eu que finjo Quem mato Eu que minto O que sinto Onde guardo o segredo de mim Labirinto, juiz lá no banco dos réus Não tem chave dos céus Mau sou eu, mausoléu O esgoto é quem faz o rato ou o rato é quem faz o esgoto Deus, quem criaste primeiro, a serpente ou o ovo? Não fui eu Não fui eu Não fui eu Não fui eu Quando eu me vi no beco escuro Pedi que não contasse Mas outros têm os seus caminhos E eu tenho a minha estrada Se eu tomo a minha cruz e sigo Não há mais ruas assombradas Ninguém é o vilão Na própria história Ninguém é o vilão Ninguém é o vilão Na própria história Ninguém é o vilão Contando sua história Ninguém é o vilão Na própria história Ninguém é o vilão