Homenagem às amazônidas brasileiras, mulheres indígenas Somos filhas das ribanceiras Netas de velhas benzedeiras Deusas da mata molhada Temos no urucum a pele encarnada Lavando roupas no rio, lavadeiras No corpo um gingado de carimbozeiras Temos a força da onça pintada Lutamos pela aldeia amada Mas viver na cidade Não nos tira o direito se ser nação Ter ancestralidade, sabedoria, cultura Somos filhas de Nhanderú, Senerú, Nhandecy O Brasil começou bem aqui ou será que foi ali Não nos sentimos aculturadas Temos a memória acesa E vivemos a certeza de que nossa aldeia Resistirá ao preconceito do invasor Resistirá ao preconceito do invasor Somos a voz que ecoa Resistência? Sim senhor!