Vidas vazias Caminhando por ruas e avenidas Vejo todos correndo sem direção, Vidas vazias, e uma face sem vida me pergunta Devo seguir até o fim? Pra onde tudo isso irá me levar? Olhos atentos ao relógio da torre Atrasado de novo, mas sem ter porquê Pois o tempo que passa nunca mais voltará O tempo da vida, as vidas sem sonhos Não consigo parar nem mesmo um segundo O próximo instante pode não existir Olho para o mundo que não pude entender O sentido da vida que não pude mudar Meus planos fúteis não importam mais Já não há mais nada a fazer O meu destino foi deixado pra trás Vejo retratos de uma vida inteira em vão E vejo todos saindo de casa Com a certeza de que voltarão Esperando por um futuro que já chegou Que já chegou (Refrão) Eu vejo o medo de viver, eu vejo o medo de morrer Em cada beco escuro em que tentamos nos esconder Crianças abandonadas, longe de seus pais Se o destino será o mesmo, porque então não somos iguais? A contagem regressiva me faz pensar Quando irão me pagar, por tanto tempo perdido Um operário, apenas mais um Alguém em silêncio em meio à multidão Faço meu dever e continuo a caminhar Até que a morte me devolva a dignidade