FANTASIA DE NINGUÉM O destaque do desfile Diferente do que se traz Em alegoria do ser Da razão se desfaz Pra depois se refazer Naquilo que se acredita Esta fantasia da vida Uma representação maldita Em páginas resumidas Tudo que se perde Não é pior do que aquele Que em farrapos fede Por uma vida melhor Viver assim aos trancos Esperando que seu suor Dê-lhe algo melhor que barrancos Somos todos semelhantes E iguais seguindo a lei Agora é como antes Quem manda é o grande rei Desfaz-se o mal que há No planeta da irmandade Esperando o maná Da loucura e bestialidade Caem as máscaras dos homens E os bichos debaixo da terra Cedo ou tarde, em paz ou guerra Após a nossa morte, com vontade nos corroem.