Todos acham esse meu jeitinho bacana Poucos desconfiam que sou suburbana Moro em Osasco num mocó danado Mas nunca visto um modelito amarrotado Deus e eu sabemos dos apertos que passo Em ônibus cheio aguentando amasso Duas conduções pra ir, duas pra voltar Se um cineminha quiser pegar Sou suburbana que triste sina Que vida ingrata pra uma moça fina Se eu não fosse uma artista pura Morava perto, numa cobertura Voltando para casa de madrugada Morro de medo de ser atacada Todos vira-latas lá do pedaço Vão me avançando enquanto aperto o paço Sou suburbana que triste sina Que vida ingrata pra uma moça fina Se eu não fosse uma artista pura Morava perto, numa cobertura Uma vez eu tive um namorado gentil Que até minha casa me levou Depois dessa noite o rapaz sumiu Ou se perdeu, ou desanimou