Este universo de vaidades nos arrasta para conseguir mais e mais E nos prende dentro de nós mesmos E na tentativa de escapar,vamos como água morro abaixo Descontrolados, arrasamos tudo o que vem pela frente E não conseguimos parar Pois a exigências são como o chicote do carrasco em nosso lombo Se pararmos, levamos chicotadas, que nos derrubam e mexe, com nossa alma Dorme,acorda, levanta, e se põem de pé Vai tomar o banho matinal Escova os dentes Com pasta de dente Da propaganda,que você comprou por indução Toma seu banho O espelho reflete seu rosto Misturado com o vapor do calor do chuveiro Você limpa o espelho com a toalha Se olha, do outro lado e vê um prisioneiro Que te encontra todos os dias Suas rugas uma a uma,vão se acumulando Você lembra-se que esta novamente atrasado E sai apressado sem notar O espelho embaçado Que se esvaziou como um corpo sem alma Seus filhos ainda dormem Da um beijo na esposa e vai trabalhar No caminho, um grande engarrafamento te pega no caminho Ao seu lado,uma multidão de vendedores de balas te cercam Pessoas pedindo ajuda Um coro de buzina infernal agride seus ouvidos Uma ambulância com a sirene ligada Te faz refletir por alguns segundos Sobre a vida e seus valores Mas o farol se abre Seu carro arranca como tivesse vida própria Sua vontade é de largar tudo e voltar para casa Curtir sua família ver seus filhos crescerem Mas como atitude de formiga Você entra na roda da vida Como num grande formigueiro E a rotina de todos os dias Vão mumificando seus sentimentos