Quando a noite caiu no meu sertão E a lua em meus olhos aflorou O meu peito encheu-se de saudades Dos carinhos da luz do meu amor Madrugada à dentro eu passei Com meu peito repleto de desejo O veneno vital desse seu beijo É meu pote repleto de ausência Minhas mãos entre a fé e a ciência Absolve o calor dos dias quentes Que derrete a memória dos viventes Que do mel dessa terra necessita Mais um dia na paz ela habita No calor do céu dos inocentes Mais um dia de medo que não muda A cidade percebe e não escuta O eco do grito dos antigos A paz dos malditos esquecidos Um dia a fera te aguenta Outro dia ela mesma te arrebenta Na vereda na beira do caminho Minha carne exposta aos urubus Mesmo assim não tem medo dos castigos