Eu saí lá do sertão, vim pra cidade estudar Tive que mudar de estilo, para me acostumar Arranjei uma namorada, começamos namorar Insistente ela queria, ir pro sertão passear Eu falei para menina, você é moça grã-fina Do lugar não vai gostar A moça me respondeu, ainda não me conhece A grã-fina também quer, ver como o Sol resplandece Como é o dia a dia, e como ele amanhece Tomar água de cacimba, ver também como escurece Disse-lhe não é assim, pense bem e vá por mim Lá muita gente padece Depois de tanto insistir, de viajar combinamos Para passar alguns dias, das férias de fim de ano E saímos bem cedinho, o dia inteiro viajamos E foi no escurecer, que no destino chegamos Até a casa de meus pais, uma légua ou pouco mais Nós ainda caminhamos Quem não conhece o sertão, não contempla a natureza E foi pensando assim, que levei minha princesa Passando cerca e pinguela, cruzando mata e represa O luar daquela noite, era de grande beleza Entre matas e picadas, serras rios e cainhadas Mostrei a minha destreza Mostrei todas as belezas, mas ela não se animava E poucos dias depois, pra cidade nós voltava E já não me atendia, de tudo desconversava De mim foi se afastando, quando eu lhe procurava Pedi uma explicação, porque o meu coração Tanto, tanto lhe amava Muito nervosa me disse, eu já não te quero mais Sofrer tudo o que sofri, te juro que foi demais Eu disse está muito bem, não te procuro jamais Tu não sabes apreciar, as belezas naturais As belezas que conheces, que na tevê aparece São belezas comerciais