Ervino José

Erva Daninha

Ervino José


Você chegou de mansinho, com seus braços me envolveu
Igual cipó parasita, que na madeira cresceu
Espalhou as suas garras, por todo o corpo meu
Sufocado hoje vivo, por você perdi o juízo
Nem mesmo sei quem sou eu

A árvore quando recebe, nos galhos e não repudia
Toda imponente acolhe, quem vai lhe matar um dia
Como ela eu também, me perdi na fantasia
E aos poucos vou morrendo, é assim o seu veneno
Que enfraquece e judia

Aquela pequena muda, pelo pássaro é movida
E inocente no galho, da árvore deixa esquecida
Ela aos poucos vai sugando, a seiva ali contida
Pelos galhos se espalha, essa plantinha canalha
Roubando da árvore a vida

A madeira vai perdendo, suas folhas e suas flores
Vai secando e criando, no tronco e galhos bolores
Assim eu sigo também, sofrendo tristeza e dores
Você é erva daninha, uma figura mesquinha
Rainha dos dissabores
Você é erva daninha, uma figura mesquinha
Rainha dos dissabores