Você chegou de mansinho, com seus braços me envolveu Igual cipó parasita, que na madeira cresceu Espalhou as suas garras, por todo o corpo meu Sufocado hoje vivo, por você perdi o juízo Nem mesmo sei quem sou eu A árvore quando recebe, nos galhos e não repudia Toda imponente acolhe, quem vai lhe matar um dia Como ela eu também, me perdi na fantasia E aos poucos vou morrendo, é assim o seu veneno Que enfraquece e judia Aquela pequena muda, pelo pássaro é movida E inocente no galho, da árvore deixa esquecida Ela aos poucos vai sugando, a seiva ali contida Pelos galhos se espalha, essa plantinha canalha Roubando da árvore a vida A madeira vai perdendo, suas folhas e suas flores Vai secando e criando, no tronco e galhos bolores Assim eu sigo também, sofrendo tristeza e dores Você é erva daninha, uma figura mesquinha Rainha dos dissabores Você é erva daninha, uma figura mesquinha Rainha dos dissabores