Construí a minha casa, bem no estilo caipira Na varanda coloquei, toda trançada de embira Uma rede pra ficar, apreciando as belezas Que Deus criou e deixou, que é a própria natureza Com as águas do riacho, eu molho minhas plantinhas Também uso no monjolo, pra fazer fubá e farinha Tem no chiqueiro uns porquinhos, no terreiro a galinhada Na mata o dia inteiro, o cantar da passarada Fiz minha roça de milho, de feijão, trigo e arroz Também tenho pro consumo, umas vaquinhas e uns bois Água retiro da mina, a luz vem de um lampião Sou feliz vivendo assim, bem no meio do sertão Não há, não há, não há não Ninguém mais feliz, do que eu nesse sertão A noite lá na varanda, o meu cigarrinho pito Depois pego o violão, e faço versos bonitos Olhando o Lua e estrelas, e pirilampos vagando Altas hora ainda estou, feliz tocando e cantado Para dormir construí, em cima de um jirau Amarrada de cipó, a cama feita de pau Colchão é palha de trigo, coberta pena de ganso Feliz na minha caminha, todas noites eu descanso Não há, não há, não há não Ninguém mais feliz, do que eu nesse sertão