Misturem as cores da nossa bandeira Símbolo augusto dessa paz A burocracia é um montão se siglas Com a eleição que jamais se faz A dívida externa com a dor dos índios O cinza do céu de Cubatão Alguma família de baleias tristes Com a orfandade do sertão Não! Vamos degustar tanta ironia Com um feriado todo dia O brilho mortal do Césio O dólar que sobe mais E a inflação subindo atrás A sede do poder A vontade de comer Colarinhos brancos, reais Violências urbanas e rurais No caldo poluído desse panelão Quem ferve é o amor sofrido do povão O feijão é branco e o arroz é preto Nessa feijoada de país A pimenta é doce e o doce arde Será que a nossa indigestão vai ser feliz? O desemprego é mais um imposto Matas carecas e o Pantanal Vamos torcer pra não virar desgosto O nosso otimismo tropical Respeitem as cores da nossa bandeira