Ando por aí Na busca de uma distração Adentrado num paralelo de toda observação Já não falo, só ouço As mil sugestões pro meu próprio esboço Injetei de manhã tanto café na veia Pra ver se acordo dessa realidade alheia Pra ver se preencho os vazios constantes Pra ver se a vida segue adiante Longe do apertamento e das paredes que sufocam Longe do horário que me mantém sob pressão O sistema me arrasta pra um lema E o meu relógio biológico entra em contravenção Eu me complico em cada esquina A cada segundo recebo nova opinião As velhas mensagens da família Dos amigos a boa recomendação Falando se devo ir pra medicina Se é direito e por que engenharia não Psicologia mundana Me enfiando uma vez mais Na rotina Eu não tenho medo do impacto no encontro ao chão A estrada, que aumenta os ponteiros do meu velocímetro Que norteia meu ego, meu orgulho e meu ímpeto Não é como a escuridão das dúvidas surgidas A água e o fogo são só elementos Não possuem a significância de voar Não possuem a controladoria do tempo E essa mesma em nada me assusta na vida Porque se tiver hora, eu atraso o relógio só pra curtir mais o momento Não há traição ao movimento Eu não tenho medo de nenhum sentimento Eu tenho medo é da solidão E do silêncio escrito por extenso Nas paredes das memórias Do frio intenso que faz lá fora Do vazio que percorre as horas Da demora Eu tenho medo é da falta Dos rodeios invisíveis mesmo com essa voz tão alta Dos coringas entre as cartas E da vontade farta Exausta por executar tudo por fora Eu me complico em cada esquina A cada segundo recebo nova opinião As velhas mensagens da família Dos amigos a boa recomendação Falando se devo ir pra medicina Se é direito e por que engenharia não Psicologia mundana Me enfiando uma vez mais Na rotina