Ei, aí, quer saber Dizem que quando seus amigos morrem Viram estrelas (sobem) Peça que olhem (ore), nunca ignorem Oro calado e os guardo em olhares mariados Onde pupila são barcos desnorteados Fumaça no ar, cápsulas no chão Cães fitam, mães gritam, não (meu filho, não!) É o corpo na vala, a bala vem de quem te deve proteção Fria, e a corregedoria lava as mãos Corta, close no arregaço Uma cadeira vazia, família faltando um pedaço Dói no estômago, tipo azia No âmago o espaço daquela piada que ele sempre fazia Esses meninos são sangue, medo e pele Onde viaturas são abre alas do IML É, eu nem choro mais, pois bem Não sei dizer se eu fiquei mais forte ou se eu morri também Realmente o tempo voa E pensa, zoa, zoa, zoa Nem deu pra se despedir E a dor ecoa na gente Resta seguir Dizem que quando seus amigos morrem Morre um pouco de você Nasce um lugar a se preencher Do tamanho do que o que você ficou de dizer E não pôde dizer (nunca vai esquecer) Faz quantos anos, era comemoração Os manos e o time campeão Ó, uns beck, uns goró, os muleque novão Quando o telefone tocou, já veio a sensação Vi cada foto no muro do cemitério Nas lápide, sério Dizendo "se adapte" , as flor seca no chão A cabeça a milhão, troca o caixão de mão E nota: As folha solta voa Olha a mensagem da coroa, vai vendo Fulano, jamais te esqueceremos (porra!) E Deus só vê quando convém E eu não sei dizer se eu fiquei mais forte ou se eu morri também Realmente o tempo voa E pensa, zoa, zoa, zoa Nem deu pra se despedir E a dor ecoa na gente Resta seguir