Agô yê Obá Lonã Toca o tambor até de manhã Num chão de estrelas mostro meu valor O dono da rua é o meu Beija-Flor Rua partida e chegada À beira da estrada poeira no olhar Nua em lendas e crenças Peço licença ê mojuba Passos de mil andarilhos Em trilhos de sonhos que a história compôs Palco de tantas andanças E a velha esperança do amor em nós dois Pelas trilhas foi buscar A riqueza de ofuscar, o céu, o mar E no balanço das marés Outro viés Navegar Vem para rua ê pra rua Pelo sertão, terra pisada Corta a cidade em procissão A vida é jornada Um menino de pé no chão Caminhando ao encontro da evolução É o destino da via que leva e traz Encontrar cartões postais Quem chega de rumos afora Se achega à gente sambista Aflora Um festival de prata em plena pista Há vidas na esquina do nada Há falta de afeto e calor Pelas calçadas cuida delas meu senhor