Quem não sabe de onde veio, não sabe pra onde vai Sou preta, favelada, abusada e sou linda demais Vem comigo, Rebecca! Yeah, yeah! Desde pequena eu aprendi: O que cai do céu é chuva Se quiser ganhar, meu bem, tem que ter luta Natural do Rio de Janeiro Onde preto favelado é destaque só no mês de fevereiro Ou na página policial Prende neguinho, a gente arruma um culpado e sai na capa do jornal Tá achando que esse papo é só resenha Pergunta a Vinicius Romão ou Rennan da Penha Eu tive que rebolar pra não cair no esquema E, rebolando, eu aprendi a bagunçar o sistema A pretinha sem vergonha, funkeira, maluca É vizinha do playboy lá na Barra da Tijuca Ganho o que eu ganho porque eu sou de verdade Balanço a raba e você pensa sacanagem Não preciso de homem pra porra nenhuma Ninguém manda na minha vida, ninguém manda na minha bunda Negros, negras Negras, negros Reis, rainhas Rainhas, reis Poderosa, poderoso Poderoso, poderosa King, Wakanda Beleza, riqueza África Mãe Oxum, proteja A minha alma preta Por que que a fome é negra Se negra é a beleza? Se todo mundo canta e tá feliz É que a coisa tá preta Por que que a fome é negra Se negra é a beleza? Se todo mundo canta e tá feliz É que a coisa tá preta A coisa tá preta! Por que que a fome é negra Se negra é a beleza? Se todo mundo canta e tá feliz É que a coisa tá preta Por que que a fome é negra Se negra é a beleza? Se todo mundo canta e tá feliz É que a coisa tá preta A coisa tá preta!