E se o futuro sirva apenas para me lembrar Que meu passado foi a minha única bênção? Deus, essa complacência esta me anestesiando E este entorpecente tem me assustado e levado de volta para o fundo Eu estou lentamente aprendendo a aceitar algo E percebendo a única coisa pior do que sentir dor Não sentir nada O pensamento tem poder infinito E essa força irá me guiar há um lugar melhor Confuso, porém contente, começo a escrever uma nova história Pensamentos ruins passaram a ser natural E eu sabia que haveria de suportar, afinal Cicatrizes são eternas, sendo assim; o nosso aprendizado Entre todo o mar de angústias uma voz tentava me encorajar Não cansava de me dizer Não se prenda a algo por medo do que vai ser de você sem isso Vai ser você, incrível Como sempre foi Arrancado do buraco por onde há muito tive de chamar de lar Busco um novo horizonte Longe das más vibrações que me assombravam Do orgulho, ego, desprezo e ingratidão que ali por anos me rodearam Os primeiros dias longe de casa foram cruéis Deitava na cama para dormir, mas não conseguia Não conseguia porque minha imaginação é maior que meu sono Não conseguia porque ficava criando cenas que provavelmente, nunca vão acontecer Não conseguia porque as malditas lembranças me perturbavam Não conseguia porque eu deitava na cama pra pensar, e não para dormir Hoje sou alguém que foi moldado através do medo Medo do que antes me refugiava Medo o qual eu amava Medo do qual eu lutei Medo do qual eu perdi Durante todos esses anos eu escrevia tudo como uma forma de pedir socorro Mas ela, aquela voz, insistia em dizer que eu escrevia bem Eu aprendi a não me culpar desde que eu tenha a melhor das intenções Eu finalmente aprendi que não existe milagres Não existem coisas como o destino Nada está destinado a ser Eu já sabia Eu tenho certeza disso agora Nada posso fazer Sou apenas um tradutor de silêncios