Por mais que estoquem o meu alimento Por mais que me digam: Não! Por mais que me olhem com desprezo Que ignore a cultura Por mais que falem mentiras e meias verdades Por mais que me cubram de impostos Por mais que me neguem o saber A saúde, o lazer Dignidade! Dignidade! Dignidade! Ô, ô, ô Por mais que calem a minha voz Por mais que finjas não me ver Por mais que me chames de Zé Ninguém E que matem os heróis Por mais que tirem meu emprego Que rasguem minha carta de alforria Que soltem as bombas sobre mim E os cães policiais Dignidade! Dignidade! Dignidade! Ô, ô, ô Por mais que não queiras que eu exista Por mais que me empurre os teus ídolos, falsos! Por mais que me queiras destruir Com tuas drogas lícitas Dignidade! Dignidade! Dignidade! Ô, ô, ô