Eu te esqueci muito cedo Pelo tempo que passou Tal como um velho arvoredo Que o vento não derrubou Tronco mudado em rochedo Pedra transformada em flor E eu fui ficando sozinho No pó do caminho Me desenganando Sofrendo e chorando E mantendo em segredo Essa minha ilusão Que me escapou de entre os dedos Pra não sei que outras mãos E eu me tornei o arremedo De tudo aquilo que eu não sou Mas, eu jamais retrocedo O que passou, passou Já superei, mas só eu sei O mesmo, jamais eu serei Feito a madeira, o machado inclinando Eu, por fora, estou cicatrizando E, por dentro, sangrando Afastado do medo Mas, sozinho, tal como o velho arvoredo Que não serve ao tempo, nem ao lenhador E o vento abandonou.