Será, que manjedoura que Ele nasceu era emprestada Será, que o famoso barquinho no qual Ele ensinava, não era d'Ele Será, que era emprestado os pães e os peixinhos Será, que não era d'Ele aquela água, que transformou em vinho Será, que eram emprestadas as vestes de linho Será, que não era d'Ele aquele jumentinho, que Ele andou Será, que era emprestado o salão da seia Será, que não era d'Ele o túmulo novo, que deixou vazio Será, que somente era d'Ele a coroa de espinhos Será, que era só d'Ele a cruz dolorosa, e as marcas da cruz Não, não posso crê nessa versão, tudo é d'Ele, Ele estava na criação, tudo por Ele se fez, nada sem Ele se fez Mais aquela cruz dolorosa, instrumento de maldição, onde meus pecados pagou, onde consumou a salvação, aquela rude cruz não era sua, aquela triste cruz era minha, era minha, era minha