Eu sou do mato Eu não sou daqui A minha mãe é a roça O meu pai é o colibri Eu sou do mato E a Deus, sempre agradeci Não há lugar mais bonito Que o lugar onde eu nasci Eu conheço os grandes centros E o oco do sertão Eu conheço o uísque fino E a pinga com limão Eu conheço a noite clara A neblina e a serração Eu conheço a tempestade E a chuva, amansando o chão Eu conheço o empregado E a despesa do patrão Eu conheço a alegria E a tristeza de um irmão Eu sou do mato Eu não sou daqui A minha mãe é a roça O meu pai é o colibri Eu sou do mato E a Deus, sempre agradeci Não há lugar mais bonito Que o lugar onde eu nasci Eu sou do mato Eu não sou daqui A minha mãe é a roça O meu pai é o colibri Eu sou do mato E a Deus, sempre agradeci Não há lugar mais bonito Que o lugar onde eu nasci Eu conheço a caneta Que escreve em tabelião Eu conheço a enxada Que faz calo em nossa mão Eu conheço o pau-de-arara E o assento de um avião Eu conheço a orquestra E o solo de um violão Eu conheço a vida dura Que enfrenta o cidadão Eu conheço o sucesso E o aplauso do povão Eu sou do mato Eu não sou daqui A minha mãe é a roça O meu pai é o colibri Eu sou do mato E a Deus, sempre agradeci Não há lugar mais bonito Que o lugar onde eu nasci Eu sou do mato Eu não sou daqui A minha mãe é a roça O meu pai é o colibri Eu sou do mato E a Deus, sempre agradeci Não há lugar mais bonito Que o lugar onde eu nasci Eu conheço a cama larga E uma rede de imbira Eu conheço o alto mar E a lagoa de traíra Eu conheço o rock'n roll E a dança da catira Eu conheço a grã finagem E o sistema do caipira Esse dom que Deus me deu Ninguém rouba, ninguém tira Eu conheço a falsidade A verdade e a mentira