Eliane Camargo

Caldeirão Velho

Eliane Camargo


Eu sou brotinho, moça de pouca idade
Meu sangue quente
Corre as veias como louco
Eu namorava dia e noite a gurizada
Mas, para mim, aquilo ainda era pouco

E foi aí que eu encontrei o meu coroa
De bolso cheio de dinheiro, que colosso
O gente fina me mostrou com paciência
Que angu se come
Mas se come é sem caroço

O gente fina me mostrou com paciência
Que angu se come
Mas se come é sem caroço

É isso aí, seu moço
Caldeirão velho
É que faz o caldo grosso

É isso aí, seu moço
Caldeirão velho
É que faz o caldo grosso

Fui à cidade fazer compras da semana
Minha comprinha encheu
Um caminhão toco
O crediário me pedindo garantias
Tanta exigência, ai meu Deus, que alvoroço

Cheque visado, CPF e identidade
E ficha limpa como a água de um poço
Mas, eu não tendo nada disso pra mostrar
Quem me salvou foi meu coroa
E seu endosso

Mas, eu não tendo nada disso pra mostrar
Quem me salvou foi meu coroa
E seu endosso

É isso aí, seu moço
Caldeirão velho
É que faz o caldo grosso

É isso aí, seu moço
Caldeirão velho
É que faz o caldo grosso

Saí com um cara cheirando meia idade
Por causa dele quase fui prum calabouço
O penuginha era duro e fala fina
Calça apertada, rosa choque sem o bolso

Na choperia roncava ter muita grana
Mas pra pagar meteu o pé pelo pescoço
Mas meu herói chegou ali e me mostrou
Que homem coroa
Não é metade nem esboço

Mas meu herói chegou ali e me mostrou
Que homem coroa
Não é metade nem esboço

É isso aí, seu moço
Caldeirão velho
É que faz o caldo grosso

É isso aí, seu moço
Caldeirão velho
É que faz o caldo grosso