Eliane Bastos

A Dama Da Cidade

Eliane Bastos


Havia uma cidade inteira a conquistar
E um desejo eterno a me consumir
O fogo dos amantes pude ver
A chama que ardia sem queimar
Eu era a lenha pra fogueira acender
Do frio amor deixado em cada triste olhar

Andava eu assim sempre a passar por mim
Misto de assombração, louca dos botequins
Demônio e querubim
Tinha no coração receitas de quindim
E a todos que eu amei eu só dizia sim

E a cidade a meus pés com sua torre de marfim
A contrastar com meu batom carmim
Do que eu conheço já não quero mais
Andar assim à solta e sem lar
E o moço mais bonito que era o meu rapaz
Descolava um troco à guiza de beijar
Na alma um sonho pendurado
E tanto amor pra dar