Um mineirinho de fibra Neto de um velho escravo Da pele bem bronzeada Cor de canela com cravo Criado no sertão bruto No meio de bicho bravo Dentro da sua razão Ele gastava um milhão Pra defender um centavo Na sua cama de esteira Sonhava com o tesouro E se viu ganhar dinheiro Mas sem levar desaforo Com esperança e coragem Chegou na terra do ouro Onde a lei era o patrão E quem lhe dissesse não Ali deixava seu couro Mas o mineiro de fibra Com boato não se zanga Na luta em busca do ouro Ele arregaçou as mangas Encontrou uma fortuna Sofrendo igual boi de canga Foi receber seu quinhão Mas encontrou seu patrão Entre um bando de capanga Como estava acostumado Seu patrão falou assim Tudo que sai dessa terra Pertence somente a mim Ou você volta sem nada Ou vai encontrar seu fim Mineirinho respondeu Vou levar o que é meu Foi pra isso que eu vim Começou o jogo da morte Aonde o ouro era a taça Mas só se via capanga Tombando entre a fumaça Patrão deu a sua parte Deixou de fazer trapaça Não viveu mais na pobreza Mas pra ter sua riqueza Mineirinho mostrou raça