O baiadeiro, a boiada e o estradão Que quadro lindo que dá gosto a gente ver Com a poeira se misturam sentimento Que firmei no pensamento para depois escrever Eu bem recordo as duas mulas cargueiras Levando as tralhas e também as provisões Andando a frente, passo lento e continuado A carga tudo é pesado pro sustento dos peões Naquele tempo para trás e bem distante A gente ouve de um berrante a chamada Velho ponteiro atraindo a boiada Muda o toque avisando que está perto a pousada Em cada peão no rosto velho e cansado Cheio de rugas e poeira da estrada Ostenta o laço na garupa do picaço E freio de barbicacho não deixa boi de arribada Na sua vida o dinheiro pouco vale O que importa é cumprir sua missão E desse jeito sei que vive bem feliz Se perguntar ele diz, vivo bem sendo peão Foi esse quadro que com esses olhos vi Daqui distante do grande estado mineiro Ficou na alma lá no fundo bem gravada O barulho da boiada e a chamada do ponteiro O baiadeiro, a boiada e o estradão