Vou fazer um pedido a Deus Pra de mim ele ter piedade Refazendo voltar ao presente Meu passado de felicidade A esperança da minha infância E os prazeres da mocidade Porque hoje meu corpo cansado Não suporta o peso da idade Sou a curva do rio que secou Aonde encostou a ingrata saudade Passo os dias na minha cabana Na soleira da porta sentado Relembrando as proezas que fiz E o chão que por mim foi pisado Meus cabelos já parecem paina E tem gente que acha engraçado Fala que minha pele enrugada Representa o mapa do estado Cada risco que tenho no rosto Retrata o desgosto que tenho passado Se meu Deus não poder devolver O meu tempo feliz de outrora Que levava bem longe de mim A tristeza que eu sinto agora E trazer novamente alegria Para o meu pobre peito que chora Eu confesso com toda franqueza Que do mundo prefiro ir embora De joelho eu peço perdão E me dê sua mão ao chegar minha hora Nesta grande batalha da vida Reconheço que estou vencido Na trincheira da desilusão Solitário estou escondido Aos amigos eu peço desculpa Se por mim alguém foi ofendido Os meus versos eu deixo gravado E a Deus faço mais um pedido Proteja quem lê poesia seleta Pra esse poeta não ser esquecido